O desafio do sábado de carnaval foi muito simples: enfrentamos um bloco. Um bloco de quatro vinhos dividido em duas séries numa experiência muito interessante. O jantar começou com um queijo genial e uma pasta a base de cambuci e alho. Depois uma massa de arroz com camarão numa receita ao estilo oriental. Pronto! Muito bom, e tudo isso casou com as bebidas escolhidas.

Assim, para acompanhar, vinhos que tinham em comum o fato de custarem algo em torno de R$ 80 fora das promoções pelas quais alguns foram adquiridos. Dois brancos e dois rosados, o que existe de ideal para o calor.

Começamos por um branco português que já cansei de elogiar. Não especificamente esse rótulo, que é um pouco mais simples e em conta que a média, mas sim o vinho verde 100% à base da uva alvarinho, que a exemplo deste costuma vir nas charmosas garrafas alsacianas compridas. O Via Latina estava bem agradável, intenso, mas era mais encorpado que os dois vinhos que vieram na sequência. Assim, entendo que erramos a ordem, pois devíamos ter começado com os pinot grigio: o branco e o rosado – esse segundo o mais delicado que tomei desse gênero. Eles estavam muito bons, absolutamente apropriados para dias quentes. Essa uva, muito comum na região do Veneto (nordeste da Itália) de onde vinha o rosado, dialoga bem demais com o calor. O branco, no entanto, era do sul, da Sicília. Trata-se do Mannara, e o primeiro do Torresella. Ambos estavam leves, e entre esse par a ordem importaria muito pouco, pois a delicadeza e a mineralidade das duas bebidas impressionou positivamente, sem qualquer exagero aromático e excesso de fruta, o que é comum nesses italianos – e incomum entre os franceses que utilizam a pinot gris.

Para terminarmos a noite, um rosado um pouco mais encorpado, da região da toscana, que sempre impressiona por suas sub-regiões. Aqui, o Belguardo feito pela Mazzei – casa de 1435 – a partir de um improvável blend de sangiovesi, a uva local, e a shiraz. Muito agradável, mais intenso que os demais, um vinho equilibrado e gostoso. Fechou bem a noite, mas poderia ter sido antecedido pelo alvarinho, e teríamos feito um ótimo negócio. Ao invés de separar o bloco por cores, poderíamos tê-lo feito por graduação alcoólica, por exemplo. Teríamos começado pelos 12% dos pinots, passado aos 12,5% do lusitano e terminado nos 13,6% desse último. Que venha a próxima chance de pensarmos nisso!

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Fonte das imagens pela ordem: VIP Supermercados, Grand Cru, All About Wine e Bacco’s