Preste atenção: Pizzorno, Pisano e Pizzato. Parece possível confundir? Sim. Pois bem: são três vinícolas diferentes. O que gera tranquilidade é que o trio produz vinhos muito agradáveis, e comprar errado vai dar certo. Portanto: fique tranquilo ou tranquila. A despeito de tal ponto, é bom deixar claro o que cada uma significa.

A Pizzorno é uma pequena casa nos arredores de Montevideo, capital do Uruguai. Realiza visitas com hora marcada e faz um vinho muito simpático trazido para o Brasil pela Grand Cru. A Pisano tem seus vinhos importados pela Mistral, é uma casa que não agenda visitas, mas extrapola simpatia quando você consegue ser recebido. Daniel, um dos proprietários, é a irreverência, a sabedoria e a diversão contidas num único sujeito. Seus vinhos são muito bacanas, e a casa fica pertinho da Pizzorno, também no Uruguai.

Já a Pizzato é uma vinícola brasileira localizada no Rio Grande do Sul, especificamente no Vale dos Vinhedos. Chegamos lá no domingo de Carnaval, o movimento era intenso e o tipo de visitação é muito bacana. Mesas que acomodam cerca de oito a dez pessoas são preenchidas e os grupos são atendidos por um colaborador da casa que a um preço bem acessível apresenta oito rótulos de espumantes, brancos e tintos. A conversa é agradabilíssima e descontraída – estávamos em dois casais e nos juntamos a uma dupla de nordestinos simpáticos demais. A moça que nos atendeu, com sólida formação e vivência na casa, nos deu aulas de forma muito simpática. Tão amável que até consegui uma foto com ela!

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Em linha mais acessível a Pizzato faz os vinhos da linha Fausto. Alguns eram velhos conhecidos, e se tratam de bebidas mais simples e extremamente corretas para uma determinada faixa de preço. O espumante brut é decente, o Merlot não agradou tanto e o Tannat é bem gostoso, com a acidez alta que me conquista. Esses eu já conhecia. Também conhecia a linha seguinte, que está passando por transformação. Alguns deles adquiriram o selo de Denominação de Origem enquanto outros ganharam vida própria com rótulos novos. Eu conhecia o Egiodola, que nos agradou bastante e agora tem um visual diferente. Essa linha é genial.

Egiodola

Fonte: vinícola

Na degustação, no entanto, fomos apresentados a algumas novidades que nos encantaram. Para além da sabedoria e simpatia de nossa guia, os espumantes mais sofisticados chamaram muito a atenção, principalmente o Pizzato Brut tradicional – muito bem feito. Ademais, e olha que evito Chardonnay fora da França em vinhos brancos, o Legno estava divino. Mas o que nos encantou com mais surpresa e intensidade foi o Concentus. Blend feito a partir da combinação entre Merlot, Tannat e Cabernet Sauvignon – uvas tintas mais fortes da casa – entregou uma bebida macia, redonda e muito bem-feita. Seu nome está associado à lógica de consenso, pois é o resultado de várias provas e testes. A palavra também resume a sensação que tivemos na casa: consensualmente uma visita agradável, uma prova muito farta e repleta de explicações, um pessoal muito simpático e amável. No final, compramos esses três vinhos que nos chamaram a atenção e ainda foi possível uma rápida e agradável conversa com uma das proprietárias. Programa que merece ser colocado na agenda, vinho que merece ser posto na adega. Saúde!

COncentus

Fonte: vinícola