A primeira constatação é: os ingleses bebem. E muito – e olha que aqui vou ignorar os destilados. Depois dos russos e do pessoal do leste europeu, que sempre aparecem em destaque, o Reino Unido não deixa barato. Mas por aqui o forte não parece ser o vinho, ao menos nos pubs. Estive em Londres nos últimos dias, passei por Oxford, e a cerveja dá as cartas nos pubs. Entre as favoritas, é possível encontrar bebida de todo o mundo. Os Estados Unidos, e a escocesa Brew Dog, estão extremamente presentes, sobretudo com uma gama imensa de IPA’s mais encorpadas para os padrões britânicos. Entre as mais fáceis de beber há muita oferta das espanholas San Miguel e Estrella, de algumas italianas, japonesas e outras tantas marcas mundiais e bem comerciais. Mas obviamente as inglesas estão por toda a parte, com quantidade de álcool menor e variedade imensas de formulações. Os preços variam, normalmente, entre três e seis pounds o pint (3/4 de litro – sendo possível pedir meio pint). Cada Libra (pound) está na casa dos R$ 4,50, e pra quem está acostumado a tomar cerveja boa no Brasil por mais do que isso, o passeio foi bacana!

Mas e o vinho? Pois bem: inglês bebe vinho. Todo pub, e sobretudo os restaurantes, têm ofertas de nossa bebida predileta – que para acompanhar meus amigos eu ignorei. Mas algumas lojas são facilmente vistas pelas ruas da capital, ou mesmo de Oxford. Os ingleses gostam muito de espumantes, e o que mais se destacam nas vitrines são os Champagnes. Uma garrafa desses espumantes em suas versões de entrada custam entre vinte e trinta libras nos mercados e lojas. A oferta é bastante conhecida, com as marcas mundiais predominando. É, no entanto, possível encontrar casas menores e mais baratas ofertadas em diferentes locais, em distintas promoções de natal – festa bastante propagandeada nas ruas, restaurantes e supermercados.

Para além do Champagne é possível encontrar algumas marcas de Cava, Limoux e Prosecco – sempre mais baratos. Ademais, é esse tipo de vinho que despertou nosso interesse para uma questão adicional: os ingleses têm produzido espumantes. Os especialistas dizem que o gesto é promissor, e que o país alucinado por  essa bebida tem conseguido fazer algo muito bom, sendo o preço equivalente a bons Champagnes de entrada. No mercado comprei um exemplar bastante conhecido, premiado e respeitado de Nyetimber – Brut por 22 libras. Uma combinação de chardonnay e outras duas uvas que certamente renderá texto adicional aqui.

nyetimber

Entre os tintos (e mesmo os brancos), os mercados e lojas reservam espaço mais do que especial para os seguintes países: França – disparado o que mais vende e é ofertado por aqui a diferentes preços, regiões e qualidades -, Itália e Espanha. Isso é o que existe de mais tradicional e refinado, sendo que Portugal por vezes aparece. A preços bem convidativos encontram-se vinhos da Argentina, Chile, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Em menor volume vi coisas da Alemanha e da Áustria, e até um Casa Valduga Leopoldina descansava na prateleira TOP de um bom supermercado, representando o Brasil.

Para terminar esse tour por Londres, não vi tantos fortificados. Esperava encontrar uma infinidade de Jerez e Porto. Tinha? Sim, mas nem tanto, e os preços dos portugueses eram altos demais. A sorte é que meu voo de volta faz escala em Lisboa. Até a próxima!