Quando tomei meu primeiro vinho paranaense em 2017 mesclei esperança e insatisfação. Não gostei da safra 2010 do Augustfólia, feito na Vinícola Araucária, mas pelo pouco que entendo dessa bebida percebi que mais um tempo e a casa estaria fazendo coisa muito boa. Não deu outra. Naquele mesmo ano eu escrevia que “entre os tintos me surpreendo com o prêmio dado ao paranaense Augustfólia 2012, Cabernet Sauvignon”. Pois bem: nada mais de surpresa, pois no mega evento do último final de semana em Bento Gonçalves, o Wine South America, a bebida foi premiada de novo, dessa vez com a safra 2014. De acordo com o jornal curitibano Gazeta do Povo, outros oito rótulos do estado foram consagrados, ou seja: algo indica que tem local novo e respeitado no Brasil.

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O campeão absoluto da premiação foi o Rio Grande do Sul, mas por lá se produz cerca de 90% do que o Brasil faz. Minas Gerais e Santa Catarina também levantaram medalhas, mas quero voltar ao Paraná.

Faz algumas semanas estive novamente na Deli da Villa, loja simpática perto do metrô Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Lá fui convencido de comprar por R$ 51 um Sincronia Shiraz 2014. E não é que o 2015 foi premiado no evento? Produzido pela Vinícola Franco Italiano, a garrafa que eu trouxe pra casa começou mal demais. O primeiro gole foi tenebroso, mas lembrei que tinha cochilado à tarde. Ruim estava meu paladar, que logo tratei de limpar com pão e azeite. Pois bem: encontrei um vinho muito correto, equilibrado e que certamente vai me levar para uma próxima garrafa. Está nos planos agora algo mais caro que vi na loja. Veremos o que vou aprontar.

Sincronia

Fonte: Vinícola (Instagram)

Na lista dos premiados, os vinhos paranaenses vinham de três casas diferentes. Assim, se já provei algo da Araucária e da Franco Italiano, agora falta encontrar a Famiglia Zanlorenzi. Quem sabe não faço isso num roteiro enoturístico pelos arredores de Curitiba? Curiosamente, junto a outras que não foram premiadas no Sul, as três casas formam quase que um cinturão no entorno da capital. A Franco ao norte, em Colombo. A Araucária ao sudeste, pouco depois de São José dos Pinhais, e a Zanlorenzi a oeste, em Campo Largo. Pronto. Já arrumei algo a mais pra fazer na terra do bom futebol, dos bons amigos, da boa cerveja e ao que tudo indica do bom vinho.

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Fonte: Descomplicando o Vinho