Quem me acompanha aqui sabe que semestralmente lanço minhas listas de vinhos que me custaram até R$ 55 na data da compra. Como são bebidas mais jovens e simples, não posso ser acusado de ter feito a aquisição faz anos. Isso não vale. Mas é permitido apresentar o preço pago numa promoção, e nos últimos anos isso tem feito toda a diferença. Aproveitando: o Pão de Açúcar está com 30% de desconto para Clientes Mais em vinhos portugueses, espanhóis e italianos, e nessa onda comprei um Pinot Grigio rosê por pouco mais de R$ 20 – basta que ele seja razoável e estará na lista do começo de novembro.

Mas não estou sozinho no desafio de listar bebidas mais acessíveis, e dia desses me dediquei a observar com bastante cuidado a relação apresentada pelo Vivino denominada: “melhores vinhos abaixo de R$ 50 neste momento” no Brasil. Vou tentar garimpar algo de lá.

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Ao todo são 25 sugestões, e vou ficar apenas nas 20 primeiras. Vou dividir a relação em quatro blocos: os conhecidos e não conhecidos; os que valem a pena e os que eu não arriscaria. Com duas variáveis temos quatro possibilidades conforme apresento abaixo, destacando que a seleção é bem frágil para o meu gosto, mas pode agradar muita gente:

Conhecidos e aconselhados: Luccarelli roso de Puglia, Casillero del Diablo (os dois indicados), Campo Arriba e Monte Velho. Os dois que passam com mais tranquilidade são o Lucarelli e o Campo Arriba, o primeiro é italiano e o segundo espanhol. São vinhos fáceis, bem tranquilos, relativamente baratos e merecedores de um mínimo de respeito. O Monte Velho e os dois Casilleros são bem comerciais, bastante conhecidos e por vezes se salvam numa noite fria e despretenciosa. Vou deixá-los aqui.

Conhecidos e desaconselhados: Quinta dos Bons Ventos, Casal Garcia tinto, Oro Pata Negra, Periquita Original e Clos de Torribas crianza. Esses quatro últimos estão próximos daqueles que salvei no item acima, são vendidos a rodo no Brasil, mas para o meu paladar estão um degrau abaixo – o Casal Garcia talvez uns dois. Já o Bons Ventos apareceu como novidade barata e me enganou apenas uma vez. Muito doce e longe de agradar.

Desconhecidos e desaconselhados: Anciano Gran Reserva, San Antolin Reserva, Gran Villa Gran Reserva e Toro Loco. Não entro e nunca entrarei nessa onda do Toro Loco que consagrou a Wine. O seu TOP de linha, que ainda é barato, não me agradou e duvido que esse agrade. Os demais são vinhos de regiões questionáveis da Espanha, sobretudo Navarra. Nesses locais, ou o vinho é de produtor respeitável ou o risco é imenso, e quando um vinho anuncia preço baixo e títulos como “Gran Reserva” o risco de tropeçar é imenso. Vinho barato tem que ser honesto no rótulo, pois tentou vender preciosidade a decepção é grande.

Desconhecidos e aconselhados: Adama Merlot, Primo Primitivo, La Brujo Macabeo, Merchesi del Salento, Man Shiraz e Origium Roble. Seguindo a lógica do comentário anterior, esses três últimos entrariam no meu carrinho por terem rótulos que não vendem milagres e podem render alguma surpresa razoável. O Adama eu compraria pela raridade de ser um vinho de Israel, mas o link não indicou onde o preço sugerido foi encontrado. O Primo e o Brujo eu levaria por respeitar a região do primeiro e porque o segundo é o único branco de toda a relação, a despeito de a Macabeo não ser minha uva predileta.

Ficam aqui as dicas, e a diversão. Vale sempre a sentença: vinho caro é fácil de gostar, difícil é se dar bem com bebida barata, mas trata-se de algo absolutamente possível!