Confesso que não é todo o final de semana que consigo inspiração e tempo para escrever. Cabulei o sábado passado, poderia ter escrito um texto genial no domingo, mas deixei de lado para me concentrar nesse esperado instante semestral. Aqui temos mais uma lista de 10 vinhos que custaram até R$ 55 na data da compra. Lembre-se das regras: tem garrafas que compro em promoções, e a despeito de elevar a qualidade da relação sei que o valor pode ter mudado. Ainda assim: custou até R$ 55 tem potencial para entrar. E assim ofereço minhas dicas modestas.

Essa é a 15ª edição da lista e confesso que se trata de algo realmente muito especial, talvez uma das melhores que consegui fazer, a despeito de não alterar o valor da compra desde maio de 2012. Mais uma vez foi possível unir o velho e o novo mundo, bem como todo tipo de vinho: branco, espumante, rosê e tinto.

Nessa edição farei a descrição por esse quesito, destacando que temos três italianos, três brasileiros, um francês, um uruguaio, um argentino e um sul-africano.

Entre os espumantes trago um Faces Brut, da corretíssima Lídio Carraro, feito predominantemente de Chardonnay que a R$ 46 no Carrefour entregou um vinho seco, equilibrado e muito bacana para comemorações simples ou em grandes grupos.

FACES BRUT

No caso dos rosados dois belíssimos achados. O italiano Torresella, muito delicado feito de Pinot Grigio, que na Bacco’s já está 10 reais mais caro que os R$ 49 pagos, e o Les Calandieres, da Evino, que custa R$ 39 no aplicativo (paguei R$ 45) e vale cada gole. Um francês correto, honesto e muito refrescante. Esse é o segundo melhor vinho dessa lista.

calandieresbaccos

Entre os brancos dois italianos bem diferentes, feitos a partir de uvas pouco comuns. A Famoso, esquecida por anos, foi encontrada no Poderi del Nespoli da Grand Cru por preço promocional bem simpático (R$ 49 – no site já colocaram mais 10 reais). E a Verdicchio, da Fazi Battaglia com garrafa charmosa e atípica a preço super promocional na World Wine (aparentemente esgotado).

famoso           fazi

A outra metade da lista é tinta. O melhor da lista é o Aniello 006 – Riverside, um Pinot Noir da Patagônia que não ataca na doçura e se mostra bem equilibrado. Para quem gosta da uva vale muito pelo preço. Paguei numa promoção R$ 54, e voltei para chorar mais duas garrafas no mesmo valor. Consegui, mas sei que na World Wine se esgotou e em outros locais já vai na casa dos R$ 69. Vale! O Secret Cellar vem da Evino e custou R$ 40. Um vinho correto, equilibrado e mais intenso, que carrega Shiraz e Garnacha vindo da África do Sul. Fecho os estrangeiros com um uruguaio bem honesto. O Puerto Camacho é da supercasa de Carmelo, a Narbona. Visitamos a propriedade e ficamos encantados. O vinho é simples, uma edição de entrada que se mostra bem simpática para quem gosta de um Tannat sem a intensidade do carvalho.

006scellar  puerto

Fechamos com dois belos brasileiros. A linha Faces da Lídio Carraro mostra sua versatilidade e entrega um Merlot que, no contrarrótulo, mostra que carrega outras castas e entrega algo muito correto. Facilmente encontrado por menos de R$ 45, esse eu comprei no Empório Imigrantes. Por último, uma raridade adquirida na Delli da Vila. Trata-se do Sincronia Shiraz, feito no Paraná, pertinho da capital. Cheguei até mesmo a escrever sobre ele faz algumas semanas e paguei R$ 51, pertinho do Metrô Vila Madalena. Na vinícola é ainda mais barato. Diante de tantas dicas: divirta-se, prove, arrisque, sugira e se delicie. Saúde!

faces merlot Sincronia