Essa é a quarta lista semestral de vinhos de até R$ 55 escrita sob os efeitos da pandemia. Desde a relação de maio de 2020 é assim. E por mais que a inflação e o câmbio nos carcomam o poder de compra e elevem os valores, ainda consegui escrever algo que mostre boas oportunidades. A diferença entre o que coloco abaixo e a realidade, no entanto, pode tornar essa edição do texto fantasiosa. Ou ao menos pode ser a despedida da listinha a esse preço. Paciência, mas eu garanto que bebi tais rótulos a esses valores. E que comprei tais vinhos em tempos recentes, pois bebidas menos caras eu compro e abro.

Um detalhe importante em relação às listas mais recentes: me afastei dos brasileiros. Bebemos tanto vinho nacional nos últimos três anos que resolvi voltar a buscar coisas de outros países por pura saudade e curiosidade. Ademais, confiando na bebida nacional como nunca, nosso ticket médio para as bebidas produzidas por aqui aumentou, passando em muitos casos do limite de R$ 55 imposto desde a primeira edição dessas listas semestrais em 2012.

A despeito dessa mudança, algo continua vivo: a lista tem para todos os tipos, ou seja: tintos, brancos, rosados e espumantes. Diante de tal aspecto, divirta-se. Saúde!

lista 2021-2

Ao todo são seis garrafas da América do Sul, com a volta de argentinos, chilenos e uruguaios e a presença dos brasileiros. Destaco aqui o Casa Valduga Arte 12 meses brut, que por esse preço imbatível e que foi pago faz duas semanas, se mostra absolutamente essencial em qualquer adega. Entre os brancos, o brasileiro reaparece aqui e o chileno nos trouxe surpresa agradável com a estreia da casta Roussanne em nossa mesa. Por fim, o argentino a base de Chardonnay, que não é nossa casta predileta nos brancos, se mostrou fresco e equilibrado. Valeu.

A França continua mandando nos rosados, e a coloração pálida, chamada de “casca de cebola”, reina absoluta. Esses dois rótulos atendem a tais percepções e valem muito à pena quando o assunto é frescor, simplicidade e honestidade. Por fim, entre os tintos, a dupla espanhola reina absoluta. Las 2 Ces é o “vinho da casa” por aqui, e o Esteban Martín apareceu com força no mercado brasileiro e tem sido facilmente encontrado a preços, por vezes, menores que esse. Vale pela simplicidade. A dupla uruguaia também agrada, sendo que o Elegido é velho conhecido e o Pueblo del Sol uma surpresa agradável e simples.

Agora é com você. Tem alguma dica? Curta a lista e se delicie com a simplicidade desses bons vinhos.

Valduga