Registrar tudo o que bebemos faz cerca de dez anos diverte demais. Uma das coisas mais bacanas dessa atividade é comparar o que fazemos com as tendências do mercado. Dia desses no Paladar, do Estadão, li a coluna de Suzana Barelli com o balanço de 2020 da Organização Internacional da Vinha e do Vinho. Os resultados são bem interessantes. Em resumo:

– O Brasil foi o país que mais cresceu em consumo de vinho

– No total a expansão foi de 18% contra 3% de retração mundial

– O consumo de bebida no país, no entanto, ainda é baixo, com 2,6 litros/adulto

– A produção também cresceu consideravelmente, com quase 72% de aumento

Diante de tais dados, vamos à planilha do casal Dantas ver o que ocorreu com o consumo de vinhos em 2020.

O total de garrafas consumidas, e consequentemente registradas em nossas planilhas e álbuns de rótulos, cresceu 29,5% em relação a 2019. Os litros per capita ficam bem longe da média nacional. Enquanto nossos concidadãos bebem 2,6 litros por ano, nossa média subiu para cerca de 95 litros por pessoa. Na França e em Portugal a média supera 40 litros, no Vaticano supera 50. Claro que nosso volume pode assustar, mas se considerarmos que estatísticas da OCDE em 2010 mostravam que o brasileiro adulto consumia em média 36 litros de destilados por ano, posso garantir que esse consumo aqui em casa se aproxima virtuosamente de zero. Assim, não bebemos muito, bebemos o que poucos brasileiros bebem… Uma boa desculpa para eu não me preocupar com nossos hábitos.

Mas o que nos surpreende mais está associado especificamente ao Brasil. Se no país o consumo cresceu 18% e em casa quase chegou a 30%, o total de rótulos nacionais teve uma expansão doméstica de 125% diante de 72% de elevação na produção brasileira. Isso mesmo: faz dois anos seguidos que o Brasil lidera o nosso ranking de país mais consumido. Em 2019 foram 44 rótulos contra 31 portugueses, 24 chilenos e 23 italianos. Já em 2020 os nacionais atingiram 99, com 38 italianos e 37 espanhóis – pensar que em 2012 e 2013 foram 10 garrafas nacionais somadas.

O impacto aqui em casa está associado ao câmbio, ao acesso a vinhos mais baratos de muita qualidade produzidos no Brasil, à viagem de março de 2019 para o Rio Grande do Sul onde desvendamos novas casas e, principalmente, ao ingresso num grupo de WhatsApp de enófilos absolutamente ávidos por vinhos brasileiros. Esse é o capítulo mais divertido da história. Isso porque, além de gostarem e trocarem experiências diariamente, o grupo compra muito vinho junto e o coordenador do ajuntamento consegue excelentes condições de preços em lojas e vinícolas. É um tremendo ganha-ganha para todos os envolvidos.

Diante de tais aspectos, vale deixar aqui três excelentes dicas de lugares para comprarmos vinhos nacionais a ótimos preços. Sugiro que pesquise com muito carinho e note que as condições de frete zeram a partir de valores relativamente baixos – R$ 300 a R$ 500. O que pode ser muito para uma única pessoa ou família é facilmente atingível se a compra for feita com duas ou mais famílias de amigos. As três dicas aqui trabalham com produtores semelhantes, mas também têm suas exclusividades. Já me utilizei de todas elas, e tudo funcionou perfeitamente do pedido no site à entrega em minha porta. Fique com as seguintes dicas:

www.boccati.com.br

www.vinhosnacionais.com.br

www.vinhosevinhos.com.br

Em todos os casos a primeira compra tem descontos, ou se cadastra o e-mail para abatimentos, além de o pagamento em boleto gerar condições especiais em algumas delas. O atendimento por WhatsApp para dúvidas é ágil e os preços e níveis de detalhamento dos produtos nos sites são muito bons, transparentes e fáceis. Todas as casas estão na região de Caxias do Sul e arriscar alguns rótulos vale demais. A diversão é garantida e os resultados idem.

vinhosevinhos