Escapou à minha atenção a informação de que Curitiba era uma cidade com cafés, panificados e doces incríveis. Foram vários os locais em que encontramos coisas geniais nesse universo. Mas essa não é a parte que me cabe nesse site. Assim, a pergunta que fica é: onde eu beberia ou compraria vinhos em Curitiba?
Vou deixar as vinícolas que visitei para as próximas semanas, e minhas respostas aqui passam longe de dicas absolutas. Trata-se apenas do que encontrei pelo caminho e me agradou. Ao todo deixo quatro dicas de locais: um empório, um supermercado, um local para beber e uma loja especializada. Fomos muito bem atendidos nos endereços e posso garantir que um bom bebedor vai se encontrar facilmente em qualquer um deles.
Numa quinta-feira à noite fomos jantar com um casal de amigos no Muf’s. Trata-se de um empório bem próximo do Curitiba Shopping – da rede do Morumbi, Anália Franco e Barra. Trata-se de um empório com boas opções em queijos, frios, azeites e toda sorte de produtos que costumamos encontrar em locais assim. As prateleiras de vinhos são muito corretas, com diversas opções e preços razoáveis. Existe espaço para consumo no local a preço de loja. Isso é muito especial, sobretudo porque uma tábua bem servida de queijos e embutidos ali saiu por menos de R$ 70. Para nos refrescar na aventura escolhemos o espumante da casa: o Muf’s brut reserva, que segundo nos foi explicado nada mais é do que um Don Guerino rotulado para o estabelecimento. E a despeito de termos pago bem menos diretamente na vinícola faz algumas semanas, aqui não há o que reclamar. Primeiro teste na cidade: ótimo.
A cozinha por lá fechava cedo, o que nos foi dito desde o primeiro instante de forma bastante cordial. Como estávamos querendo conversar mais, a segunda opção que trago aqui é muito especial e bastante conhecida dos locais. Fomos ao Oak, um bar no centro com ótimas opções de drinks, cervejas e, principalmente, vinhos. Tratamento muito atencioso, gente descolada e uma mesa simpática ao ar livre. Lá bebemos o Três Bocas, da gaúcha Campos de Cima. Vinícola de três mulheres, vinho feito de três castas. Estava muito correto, a preço de restaurante e serviço extremamente simpático. Segundo teste da cidade: excelente.
Se já não bastassem dois ótimos lugares para se beber vinho, no sábado fomos ao famoso bairro de Santa Felicidade. Lá conhecemos um empreendedor nato. Vitor criara há poucos meses a Nebbiolo, uma loja de vinhos pertinho do famoso e ultra gigante restaurante Família Madalosso. Não me imagino num local daqueles, imenso. Mas aqui é questão de estilo: nada contra. A loja sobre a qual falo, no entanto, fica no segundo pavimento de um sobrado pertinho dali. Vença as escadas. Nada de imaginar que estarás entrando em alguma fria. Pelo contrário: é um estabelecimento simpático que guarda coisas ótimas. O forte são os argentinos, mas existe literalmente de tudo um pouco por ali. Destaque para preços muito bons, a começar pela linha espanhola Esteban Martin a R$ 35. E pensar que da última vez que encontrei a R$ 44 achei que estava me dando bem… Outro ponto: o dono entende do que vende e dá dicas que cabem no bolso. Não se trata daquele esperto que te vê olhando para um vinho de R$ 50 e te afirma que a garrafa de R$ 100 é melhor. Isso é óbvio, deselegante e pouco razoável. Mas nada disso: Vitor é um cara agradável e correto que deseja ampliar seu negócio e ser feliz. A partir de uma conta bacana no Instagram entrega pela cidade. Vale muito ficar atento, e se puder: visite.
Por fim, a quarta dica é uma rede de supermercados bem sofisticada que se espalha por vários pontos da cidade. Trata-se da Festval, que ao menos na loja próxima do Museu Oscar Niemayer tem ótimas opções e bons preços. Vi dois alvarinhos a menos de R$ 80, vinhos de Israel e uma rara quantidade de garrafas magnun e mesmo maiores absolutamente incomuns na imensa maioria dos endereços que conheço. Fiquei bem impressionado, mas nada levei porque a mala já estava repleta dos curitibanos. Voltei para São Paulo com a sensação de que Curitiba, além de seus cafés geniais, tem ótimas opções de vinhos. Isso porque nem falei das cervejas…