Em dezembro de 2018 publiquei um texto aqui falando de uma experiência muito desagradável de compra virtual na Grand Cru. Na mesma ocasião eu fechava, satisfeito, minha primeira compra na Evino. E eis que no final de 2021, a segunda comprava a primeira. E no que deu? A fusão resultou em uma das gigantes da importação e comércio de vinhos no Brasil. Dois lugares nos quais tenho, ou tinha, o costume de comprar vinhos, mas sinceramente, a Grand Cru dessa vez pisou feio na bola. E não vou deixar de contar a história aqui.

Aderi faz alguns meses ao seu clube de associados, recebendo três garrafas de vinhos básicos todos os meses. Essa experiência eu vou contar quando minha assinatura de um ano terminar, mas já adianto que a chance de eu trazer grandes estímulos e elogios aqui é baixa. O que trago hoje é um pouco diferente, e ainda pior. Por ser sócio do clube tenho alguns privilégios de frete e dia desses recebi um crédito de meu banco para comprar uma garrafa de vinho na casa dos R$ 80. Entrei na loja virtual, escolhi um rótulo branco espanhol da uva Verdejo, casta que gosto muito e estava na promoção por menos de R$ 70 – o Talma. Imagino que o preço se justifique porque a safra era 2018. Conclui a compra dia 01 de agosto, paguei o boleto e recebi a confirmação no dia 02. O e-mail dizia que bastava esperar e até dia 07 eu receberia a compra. E lá estávamos no dia 10 de agosto quando lembrei que faltava algo na minha adega.

Talma

Fonte: Boccati

O contato por e-mail com a Grand Cru prima por algo assombroso: você sempre recebe uma confirmação de que entre 12 ou 16 horas úteis receberá um contato de resposta. E das duas uma: ou o expediente na empresa é de duas horas por dia, ou realmente prazo não é o forte da organização. Pois bem, só fui conseguir falar com um atendente, por telefone, em iniciativa minha, naqueles sistemas de música que desafiam todos os limites temporais dos códigos que defendem o consumidor no dia 14 de agosto. E lá um rapaz me disse com uma naturalidade incrível que, sem me avisarem absolutamente nada, meu vinho não existia em estoque e meu pedido estava parado. Duas semanas depois da compra, e uma semana após o limite de entrega eu descobri isso porque liguei na loja. Respeito zero.

Insatisfeito, diante de algumas opções ofertadas, solicitei meu dinheiro de volta, em nova rodada de absurdos: o estabelecimento precisava de dez dias para fazer um simples PIX. Tal resposta me deixou tão aborrecido que ao desligar o telefone fiz login em minha conta no Procon e abri uma ocorrência. A loja teria até o dia 24 de agosto para me responder pelo sistema, e nada foi feito: nem o dinheiro prometido na ligação, tampouco qualquer respeito ao órgão oficial que intermedia as relações entre empresas e consumidores. Nada!

Poucos dias depois fui informado que a Grand Cru tomou ciência de meu pleito, e apenas no dia 31 eu recebi duas mensagens em locais diferentes. No Procon a promessa de solução, e por e-mail o estorno de meu pedido e a geração de um novo, sem qualquer apelo de desculpas ou manifestação de arrependimento pelo péssimo serviço. Em minha conta no site da loja, entretanto, notei a geração de um pedido de um vinho branco espanhol mais barato de uma uva que não gosto – na verdade um blend de Macabeo com Chardonnay que eu nunca compraria. Em meu cartão de crédito, nenhuma cobrança. E somente no dia seguinte, já em setembro e um mês depois de minha compra, o estorno dos R$ 67,91 do pedido original. Para completar, dia 08 de setembro, sem qualquer aviso, justificativa ou mensagem, chegou o La Flor de Algairén na minha casa. Escrevi para o Procon dizendo que não queria presentes ou coisas desse tipo, mas acabei recebendo a garrafa e a colocando no armário. Nos próximos dias vou dizer o que farei com aquilo, mas definitivamente, a Grand Cru continua precisando se aprimorar urgentemente na forma como trata o seu cliente.

Flor

Fonte: St. Marchê